segunda-feira, 27 de julho de 2020

A vida de Lucas Bridge. Clara Amélia Oliveira

Livro: El hombre de la bahía del pájaro carpinteiro (La vida de Lucas Bridge)

Autor: Aimé Tschiffely

Sinopse:
A biografia deste inglês, Lucas Bridge, filho de missionário na Terra do Fogo (Argentina) mostra como o invasor foi chegando e tomando conta das terras indígenas aos poucos, com diferentes estratégias. Isto ocorreu em meados do século XIX, da mesma forma que ocorreu no Brasil a partir do ano de 1500 (século XVI). Alguns destes primeiros invasores da Terra do Fogo, foram violentos e mataram muitos habitantes nativos. Lucas Bridge, ao contrário, conquistou e se tornou amigo e protetor dos índios. E, segundo o biógrafo, foram os índios Ona, que pediram a Lucas que solicitasse ao governo argentino a concessão das terras para garantir sua proteção. O livro mostra a rude vida escolhida por Lucas e sua missão de se integrar com os locais, inclusive dominando a língua indígena e sendo aceito e integrado com eles. Dos índios recebeu o nome de Lanooshwaia- O homem da baía do pássaro carpinteiro (que deu título ao livro). No decorrer da leitura, a figura de Lucas se torna simpática ao leitor. Mas, apesar disto tudo, pode-se analisar o caso do ponto de vista mais geral. Porque aceitar que ceder terras indígenas para um estrangeiro seria a melhor forma de proteger os índios? Aceitar isto é desconsiderar que quem tem obrigação de proteger e preservar a cultura nativa é o governo argentino e não um indivíduo. Além do mais, Lucas é apresentado como um benfeitor, mas depois de um tempo se deslocou para desbravar o sul do Chile, da mesma forma que fez na Argentina. Aí, cai por terra justificativa que ele usou para tomar conta das terras da tribo dos Ona, na Argentina. Como assim? O benfeitor nem ficou toda a sua existência ali protegendo? Ele deixou as terras sendo gerenciadas por seus familiares. Lucas se tornou, igualmente, fazendeiro no sul do Chile. É um pouco cansativo, raciocinar sempre do ponto de vista do invasor inclusive usualmente o colocando num pedestal ou, muitas vezes, sendo estudado nas escolas como heróis da nossa história latino-americana. Assim, Lucas pode ser considerado um personagem contraditório. De um lado foi uma boa pessoa ao ponto de conquistar tribos selvagens e ter escolhido um estilo de vida como o destes nativos. Mas não deixa de ser um tipo de conquistador de terras indígenas.
Parece uma lógica de comportamento situada na longínqua era antiga, sem avanços. Cadê a humanização do planeta? E com este tipo de conquistas/invasões chegamos ao século XXI com 70 milhões de refugiados? É algo grave e inconcebível.
Achei interessante o livro pela riqueza de detalhes sobre a cultura nativa e o tipo de vida na Terra do Fogo. E ficou aquele gostinho amargo de saber que assim caminha a humanidade, invadindo/conquistando. O livro ainda cita que era comum, nesta época, grupos de exploradores invadirem aquelas terras roubando as riquezas locais, especialmente a prata. O livro se omite em questionar a conquista destas terras. Tudo é descrito como uma divisão entre conquistadores amigáveis contra conquistadores violentos. Mas a questão está na base, ou seja, na atitude de ser conquistador e suas consequências para a vida futura dos nativos destes locais.

segunda-feira, 22 de junho de 2020

Trovas & parcerias

20 de Junho 2020
Sal
Edna Domenica Merola e MarleneXavier Nobre

Bom para o paladar?
Em excesso faz parar.
Pro gado é medicina
Simples questão de usar

Exuberante salina
Relaxa o nosso olhar
O mar salgado é lindo!
Doce seria bonito?

Unge o recém nascido
Desde a antiguidade
Confirma a amizade quando é comido junto.

Preparamos essas trovas
Para trazer boas novas
Viva nossa soridade
Salve a fraternidade.


13 de junho de 2020
Trovas Juninas

Dupla caipira Edna e Marlene


Tem casório, convidados

Forrozeiros arretados

Cantores, animação

Não pode faltar quentão!


Santo Antonio não esquece

Da viúva, ouve a prece.

Na festa, soltam rojão

Não  deixam faltar balão!


A faca na bananeira

São João dá a primeira

Letra do nome do moço

(Pode fazer alvoroço!)


Nos folguedos, tudo pode

Arrasta pé e pagode...

Bandeirolas, no terreiro,

Padroeiro, sanfoneiro.


A lua cheia convida

Essa nossa despedida,

Santo Antônio, São João,

São Pedro... Recorda não?

segunda-feira, 15 de abril de 2019

A metáfora da harmonia. Edna Domenica Merola.

            Nas tardes de sábados, na casa dos meus pais tinha sessão de música. Minha prima e dois colegas do conservatório tocavam acordeão. Os amigos chamavam-se Luís. Um tinha sobrenome português e o outro espanhol. Os instrumentos musicais dos três eram do tipo super sexta e tinham sido importados da Itália.
            Quando tocavam Granada, chamavam-me para cantar, já que eu era criança e alcançava alguns sons agudos que havia naquela partitura.
            A prima e os Luíses receberam o diploma de instrumentistas juntos, mas a vida os levou para lugares sociais diferentes. O Luís descendente de espanhóis tornou-se um importante advogado na cidade do Rio de Janeiro. A prima, uma empresária do ramo da educação. O Luís de descendência lusitana seguiu em empregos de contabilidade.
            Os acordeões ou sanfonas não fizeram parte de outras fases de minha vida, mas os acordes do trio impregnaram minha alma. Com a minha admissão enquanto participante privilegiada do público das audições do sábado e, principalmente, com a minha promoção a vocalista do conjunto, os três deixaram-me igual e enorme herança: o gosto pela musicalidade.
            Na maturidade, após a impossibilidade de cantar Granada, tal gosto se manifesta na premência de escrever versos livres e sonetos e ainda textos em prosa do tipo colagem com citações de versos musicados por compositores populares.
            Aos três vai a minha: gra-ti-dão, assim cantada: “mi, lá, sol”.
           Deixaram-me o gosto pelos saraus e a noção de que a transmissão é prioritariamente inter geracional e que todos são importantes nas experiências coletivas, até o menor ou o mais agudo dos seres.

        Ensinaram-me que quem fala mais grosso é o tenor, mas que ele não é o dono da harmonia. É ela comunhão, simplicidade, singeleza, parceria, integração.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

POTENCIAL E MORMAÇO. Por Oleni de Oliveira Lobo.

Potencial e Mormaço. Oleni de Oliveira Lobo 
(psicóloga e assessora na área de desenvolvimento de potencial humano).

Preparar um assunto novo é ótimo. Sabemos que ninguém ainda discutiu sobre o mesmo e tem muitos ângulos para abordar, mas um assunto como potencial me fez chegar perto do prazo a qual iria realizar a palestra e por mais que pesquisasse os assuntos correlacionados, nenhum me fornecia pistas para minha forma de abordagem.
Perdi a batalha para não perder a guerra. Larguei a atividade e fui caminhar na praia, curtir o barulhinho do mar, as risadas das crianças felizes por poderem curtir o prazer da areia em seus corpinhos e tentar descobrir os mistérios das formações das ondas. Alguns com medo das desconhecidas, outros curiosos e outros que simplesmente curtiam e saboreavam o prazer das borbulhinhas destas misteriosas ondas do mar!
Não estava sol, dava para sentir apenas o calor do mormaço. Algumas pessoas já experientes passavam seus protetores, outras menos avisadas curtiam o dia sem saber que no dia seguinte estariam com ardor provocado pelo sol inexistente.
Sol inexistente? Existe? É o mormaço é algo assim, suas qualidades não são visíveis a olho nu. É necessário conhecer ou pelo menos observar a diferença entre um dia simplesmente frio e cinzento de um clima cujo poder está ali onipresente.
E nosso potencial? O potencial como o mormaço é algo valioso, está presente em todos nós. É o kit de “ser humano” que recebemos ao nascer. Toda nossa infinita capacidade de interferir, mudar, cuidar, fornecer equilíbrio e até mesmo manter no universo.
Algo valioso quando explorado e conhecido, mas que pode se tornar algo que nos torna à mercê da impulsividade e não da espontaneidade.
Como desenvolver e descobrir todo este pote de ouro (como diziam os duendes)?
Ao final do arco íris? Sim, mas “nosso” arco íris. Para chegarmos próximo ao arco íris temos uma verdadeira caminhada de aventura e sob uma forte crença. Crença se faz com a união da mente, coração e espírito.
Como sei que todos gostam de mandamentos, de passos, de receitas, listei alguns que podem facilitar.
Quero ressaltar, porém que ser humano não tem manual, nem tão pouco receitas... O que existe escrito são experiências de pessoas ousadas: que realmente querem saber sua missão na vida. Portanto, ao final desta pequena lista acrescente os teus passos.

1-  Aventure-se: faça coisas que nunca fez antes, temos a tendência a nos acomodar em nossos atos que consideramos heroicos. Os treinamentos de líderes hoje em dia são realizados na mata, em montanhas, em corredeiras. Claro que com toda segurança e pessoas que são feras no assunto.
2-    Enfrente seus medos: Nem que seja para decidir que não fará determinada coisa por não lhe dar prazer e não porque deseja evitá-la.
3-    Adquira conhecimento: converse com as pessoas de diferentes tipos, mesmo aquelas que segundo tua ótica são inúteis à tua vida. Nem imaginas o quanto podes aprender. Até mesmo utilizar coisas que elas saibam, mas por preguiça não fazem nada com aquilo.
4-    Diga que é possível. Retire palavras negativas de seu vocabulário. Só considere algo impossível se por acaso nenhum ser humano fez ainda, pois se algum ser de carne e osso fez, então nós podemos. Claro... Temos que nos esforçar para isto!
5-  Tenha perseverança: algo novo pode demorar mais para ser assimilado, principalmente algo de que não gostamos.
6-    Crie alternativas: seguir um único caminho pode levar a obsessão e camuflar os nossos potenciais. Leia o manual da natureza, podemos optar por tantos meios a chegar a um destino e muitas vezes até mudá-lo.
7-    Dance: combine o que a música pede com o que teu corpo responde sem se preocupar se os passos estão na moda ou não. Afinal para virar moda alguém foi louco o suficiente para começar...
8-    Liberte-se: aderência é significado de dor e não de prazer. Ficar grudado em algo e na dependência de outros a espera dos acontecimentos não é algo para seres humanos é para objetos inanimados. Seres humanos existem para interferir de alguma maneira.
9-  Tenha paciência. É diferente de esperar. Saber aguardar o momento correto para determinado acontecimento ou colocação. Enquanto espera, já pode curtir novas coisas da vida. Muita gente acha que ter paciência é ficar inerte, contemplando as coisas apenas. Ledo engano ter paciência é não exigir e não expor nada antes do tempo a exemplo da culinária: “um bolo é uma delícia, mas se retirado antes...”, porém, enquanto ele está no forno, muitos preparativos são feitos: a travessa, os pratinhos, os cremes, os complementares entre outras coisas. Na vida é assim enquanto esperamos um resultado podemos tratar de outras coisas ou descobrirmos novos caminhos.
10-   Ouça seu coração: o coração guarda muitos segredos não de forma poética, como psicóloga deveria dizer o cérebro. Sim no cérebro depositamos toda nossa existência, porém é o coração o grande dedo duro (Desculpe-me, Senhor Coração!). O coração é delator daquilo que nos assusta, nos dá prazer, nos dá segurança ou crescimento. Quantas vezes uma pessoa está em seu auge (segundo a ótica de terceiros) e de repente começa a sentir taquicardia (sem nenhuma doença física aparente), ou mesmo melancolia (até diz não tenho motivos para isso). É o coração dizendo: “estás muito parado”... “Inerte”... “Continue”... “Ainda tens muito a fazer”... “Mecha-se!”.
11- Observe a natureza: todo segredo da humanidade está na natureza. Pode observar uma árvore crescer. Todos seus momentos. Germina, cresce, aparece, sobressai-se e... recomeça....
12- Regue as raízes, mas não deixe de admirar o céu: nossos valores são importantes como força, história e memória, mas se ficarmos presos a eles, nunca formaremos /acrescentaremos algo a eles.
13- Ame: amar não significa aprisionar. Comece a amar a si próprio. Desta forma jamais em tempo algum acharás que não és amado por alguém. Ame de forma solta. Ame seu trabalho. Procure algo atrativo caso não tenha opção de troca. Quando você aprisiona um duende, diz a lenda, ele te dá o seu pote de ouro. Triste isso!Não é! Ele te dá o que é de mais valioso e perde seus poderes de duende. Não faça isto com a pessoa amada.
14- Não se iluda: não existe no mundo a função “parada” quando paramos com certeza andamos para atrás. Isso aprendi orientando pais de pacientes que têm limitação neurológica, mesmo com progressos, nenhum pode ficar um dia sem fazer sua “lição de casa”. Quando isso acontece, é porque seus pais ficam com dó. E o resultado é que eles acabam perdendo parte de seus progressos.
15- Não exagere. Sabemos que nosso maior defeito é nossa qualidade utilizada de forma exagerada e isso acontece quando estamos em desequilíbrio ou quando não conhecemos as nossas qualidades ou não reconhecemos os nossos defeitos e  nos deixamos comandar por eles. As rédeas de nossa vida devem estar sempre em nossas mãos.
16- Saiba A QUE VEIO: é importante saber o que pretende o que quer fazer e sempre estar revendo isto. Terás uma surpresa, pois verás que conseguistes muitas coisas por tua capacidade.
17- Deixe a preguiça de lado: tem pessoas que usam seu potencial de persuasão para fazer com que outros façam por ele aquilo que ele deveria estar fazendo. Na ilusão de sua esperteza vai acreditando que não é capaz de fazer nada. Eta crença acaba se tornando sua verdade.  CUIDADO este item é o mais perigoso, assim como a acomodação no sucesso.
18- Varie seu grupo social: amplie sua roda de amigos. Diversifique-os. Muitas pessoas têm imaturidade afetiva: só sabem cultivar uma amizade de cada vez. Essa atitude pertence à idade de 2 a 3 anos...Vamos crescer!
19-  Cultive plantas: ou pelo menos vá ao mato uma vez por ano.
20- Tenha o que queres ter, não se contente com o que podes ter. Aprendi com uma amiga: "prefiro esperar e ter o que quero e não me subjugar ao que posso ter”. Claro que devemos enquanto esperamos usufruir o que conseguimos, porém não nos esquecermos do desejo original. Como diz os conceitos da neurolinguística devemos não somente pensar, mas agir como pessoas de “grandes feitos” , assim seremos um deles...
21-  Ação: coloque em prática o que desejas, nem que seja para descobrir que não era bem aquilo... A prática faz com que tenhamos novas respostas.

22- Qual é esta? Espero que você me diga, utilizando o local específico para comentários.




Rede Pró Educação e Cultura de Idosos

Segunda-feira, 28 de dezembro de 2015.

SAGRADO ANO. 2016... SAGRADA FAMÍLIA. Oleni Oliveira Lobo.


Família traduz o verdadeiro significado de ideias, integração entre o novo e o tradicional, a submissão e o questionamento. Traduz harmonia entre os diferentes, sejam eles: criança, adulto, homem, mulher.
A família é prova viva do amor incondicional e de que as diferenças são valiosas. Aceitar-se diferente é crescer e cortar cordões umbilicais.
Família é troca: é o fundir de ideias, recriando e abrindo um leque de luz sobre o que já existe pulverizado de amor, valores e aconchego.
Um brinde ao renascimento, à rematrização de nossa existência em uma viagem por nossa essência, absorvendo o que existe de melhor para compartilhar com os entes especiais/Vips, que conosco convivem.
Deixar as portas abertas para novos desafios e colheitas de dias inesquecíveis, aproveitando a beleza deslumbrante de nossa natureza.
Um 2016 doce e repleto de significado/resignificado em nossas vidas!
Que cada dia, cada hora seja vivida em toda sua plenitude, olhando a vida por um ângulo diferente, com uma nova perspectiva, iluminada pela incessante melhoria da alma e do espírito, aproveitando as oportunidades às vezes camufladas, mas verdadeiros tesouros.
Que floresçam em nossos corações os sentimentos puros, inocentes, simples, alegres, cheios de esperança, e fé na magia como de uma criança que vem ao mundo para renová-lo de forma cativante.

Florescer ao novo e repintar o quadro, edificando um mundo melhor.

domingo, 10 de janeiro de 2016

Poema Nova Era. Antonio Felix da Silva.


   
Comentário de Edna Domenica Merola:



A poética de Felix é "luz do dia": "disco dourado do sol"... É "uma flor" que devolve "a alegria"... É um "coração" que "irradia felicidade"... A poética de Felix anuncia "um novo dia" e leva "a um meditar profundo" no qual a "síntese do sol" "ilumina a flor". Se a leitura do poema 'Nova Era' não puder transmutar "almas brutas em seres espirituais" (num breve momento), pede-se ajuda das "almas que praticam o amor" com gestos simples como o da leitura de um poema para alguém.




sexta-feira, 29 de janeiro de 2016


Poema 'Como Saber'. Antonio Felix da Silva.


COMO SABER?
Antonio Felix da Silva (2014) *

Uma dúvida cruel persegue minha alma,
Não sei por que voltei novamente aqui,
Para esta ilha tão distante de onde nasci,
Seria resgaste e aprendizado constante?

Por donde vou, olho ou passo apressado,
As lembranças envolvem o meu coração,
Como dantes faziam águas e areias do mar,
Que no passado me aconchegavam na solidão.

As lembranças presentes no inverno daqui
Ampliam-se nas noites quentes de verão,
E só me liberto delas na doce paz da oração.

Na minha vida, constante é a solidão e a tristeza,
Que me atormentam e também me dão a certeza,
Que se aqui voltei foi para aprender e ensinar. 


* Antonio Felix da Silva é escritor e professor voluntário de Esperanto.  Para conhecer a trajetória literária de Felix, acesse o blog NETIATIVO, para ler a postagem: Diálogo entre Antonio Felix da Silva e Edna Domenica Merola. No link:

http://netiativo.blogspot.com/2016/01/dialogo-entre-antonio-felix-da-silva-e.html 

Quarta-feira, 27 de janeiro de 2016.

Diálogo entre Antonio Felix da Silva e Edna Domenica Merola.
Funções do entrevistado após aposentadoria: professor voluntário de Esperanto, conferencista, escritor.
Ensinamentos desta entrevista sobre a escrita: há influências da linguagem oral no uso da língua escrita; há influências da pesquisa, da experimentação e da curiosidade na escrita.

EDNA: – Quais os projetos dos quais participou nos últimos três anos?

FELIX: – Fui  Professor Voluntário da Língua Internacional Esperanto no NETI/UFSC.

EDNA: – Exerceu algum outro voluntariado?

FELIX: – Conferencista, em entidade Espírita. E publico semanalmente artigos em Esperanto e Português no Jornal Biguaçu em Foco. (www.jbfoco.com.br).

EDNA: – Qual gênero (poesia, romance, crônica)  prefere ler?

FELIX: – Todos os gêneros.

EDNA: – Seu autor preferido é nacional ou estrangeiro?

FELIX: – Não tenho preferência.

EDNA: – Quais os autores brasileiros preferidos?

FELIX: – Cora Coralina, Jorge Amado. Todos bons escritores.

EDNA: – Quais as preferências em relação à escrita? Prefere escrever poesia? Prosa? Texto para teatro?

FELIX: – Sou um curioso que experimenta. Prosa, Poesia e Teatro são minhas tentações.

EDNA: – Você escreve sob inspiração?

FELIX: – Prosa e poesia, sim. Na prosa a pesquisa também faz parte.

EDNA: –  O que diz sobre o livre fluxo da inspiração? 

FELIX: – Vejo uma cena ou algo e a inspiração aflora.

EDNA: – Quais as facilidades em relação à escrita?

FELIX: – A espontaneidade que a inspiração permite.

EDNA: – Quais os desafios?

FELIX: – Vícios de linguagem, por ter vivido muito tempo na zona rural.

EDNA: – Já publicou livros? Em caso positivo, identifique-os.

FELIX: – Poemas: EMPATIA – S672e – Silva, Antonio Felix da  - Empatia/Antonio Felix da Silva – Coleção Grupo Oficina de Letras – Vol. 5 – 50p. – 1. Poesia. I. Título. – CDD  - 869.91 – CDU 869.0(81)-1.
Participei de mais de 25 títulos (Contos, Crônicas e Poesias) de várias Editoras Brasileiras.
Tenho pronto para publicar:
- História de Vida: Professor Cícero Pereira.
- Infantil: A Serpente e a Pomba (em Português e Esperanto) Publicada em Esperanto em Setembro de 2015 na Revista Brazila Esperantisto da Liga Brasileira de Esperanto.

EDNA: – Grata pelo privilégio deste diálogo. Acredito que todos os que lerem este registro sentir-se-ão presenteados. Seguem poemas de autoria de Felix.


Sexta-feira, 8 de janeiro de 2016.


MULHER
ANTONIO FELIX DA SILVA

 
COMO CÁLIDA FLOR – ELA EXISTE É REAL,

PARA QUE O PRÓPRIO MUNDO POSSA EXISTIR.


COMO LIBÉLULA ELEGANTE – ELA ATUA IDEAL

PARA QUE O PRÓPRIO MUNDO SEJA O PARAÍSO.


COMO UMA FONTE PRIMOROSA – ELA DÁ A VIDA,

MULTIPLICA OS SERES – POVOA TODO O MUNDO.


ELA É A MULHER – A MÃE DE TODOS NÓS,

TAMBÉM AMANTE, IRMÃ, COMPANHEIRA E AVÓ.


ELA É A BELEZA DOS ANJOS QUANDO AMA E SORRI.

MAS NO MUNDO ELA É APENAS UMA FLOR – O AMOR!


SILVA, Antonio Felix da
EMPATIA/Antônio Félix da Silva
Coleção Grupo Oficina das Letras – Vol. 5
50p.


1. Poesias - 1994.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

SAGRADO ANO. 2016... SAGRADA FAMÍLIA. Oleni Oliveira Lobo.

Família traduz o verdadeiro significado de ideias, integração entre o novo e o tradicional, a submissão e o questionamento. Traduz harmonia entre os diferentes, sejam eles: criança, adulto, homem, mulher.
A família é prova viva do amor incondicional e de que as diferenças são valiosas. Aceitar-se diferente é crescer e cortar cordões umbilicais.
Família é troca: é o fundir de ideias, recriando e abrindo um leque de luz sobre o que já existe pulverizado de amor, valores e aconchego.
Um brinde ao renascimento, à rematrização de nossa existência em uma viagem por nossa essência, absorvendo o que existe de melhor para compartilhar com os entes especiais/Vips, que conosco convivem.
Deixar as portas abertas para novos desafios e colheitas de dias inesquecíveis, aproveitando a beleza deslumbrante de nossa natureza.
Um 2016 doce e repleto de significado/resignificado em nossas vidas!
Que cada dia, cada hora seja vivida em toda sua plenitude, olhando a vida por um ângulo diferente, com uma nova perspectiva, iluminada pela incessante melhoria da alma e do espírito, aproveitando as oportunidades às vezes camufladas, mas verdadeiros tesouros.
Que floresçam em nossos corações os sentimentos puros, inocentes, simples, alegres, cheios de esperança, e fé na magia como de uma criança que vem ao mundo para renová-lo de forma cativante.

Florescer ao novo e repintar o quadro, edificando um mundo melhor.

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

GLOSSÁRIO DE IRACEMA. Organização de Adroaldo Fontes.

GLOSSÁRIO DE IRACEMA – JOSÉ DE ALENCAR

I
jandaia: periquito-rei, maritaca, nhandaia – de coloração amarela, dorso verde, asas azuladas, cauda do verde ao azul, com ponta escura.
carnaúba: palmeira solitária de até 15m; produz uma cera; é utilizada na construção; tem polpa comestível usada em farinha e doces; da amêndoa extrai-se óleo; reduzida a cinzas substitui o sal.
perlongar: ir ao longo; costear; ir em sentido paralelo.
terral: vento que sopra da terra para ao mar.
alcíone: ave fabulosa, de canto plangente, considerada pelos gregos como de bom augúrio; designação comum a alguns martins-pescadores.
lenho: fig. embarcação; a cruz de Cristo.
veloce: veloz
corar: disfarçar
rafeiro: cão de raça que serve para guardar o gado; fig.:            que ou aquele que se deleita em divulgar escândalos.
marulho: movimento das águas do mar, de caráter permanente e, algumas vezes, quase imperceptível.
Iracema: lábios de mel, de ira – mel, e tembe – lábios. Tembe na composição altera-se em ceme.
empanado: embaçado, embaciado, baço.
jirau: na jangada é uma espécie de estrado onde acomodam os passageiros; às vezes o cobrem de palha. Em geral é qualquer estiva elevada do solo e suspensa em forquilhas.
agro: acre, azedo; fig. que ou que demonstra pungência (comovente), dor ou mágoa.
argentar: cobrir com prata; pratear.
rugitar: fazer ruído; sussurrar; rugir.
palmares: região botânica  do Brasil setentrional (próprio do Norte) onde a vegetação predominante são palmeiras(babaçu, carnaúba, etc.).
rulo: arrulho(ar): que provoca o adormecimento, acalentando; cantar e embalar para despertar o sono.
borrasca: tempestade no mar; vento forte e súbito acompanhado de chuva.
foscas: escuras, negras.
brioso: valente, corajoso.
altivo: imponente
poje: pojar – saltar em terra, desembarcar.
auras: vento brando, brisa, aragem, sopro.
jaspeie: jaspear – dar a cor, a aparência de jaspe (pedra preciosa semelhante à ágata, tendo a cor vermelha como a mais comum).
mares de leite: mar de rosas(mar sereno, sem ondas).
vogas: vogar(navegar com suavidade).
à discrição: à vontade.
airoso: gracioso de movimentos.
volva: volver(regressar, retornar).

II

graúna: pássaro conhecido de cor negra luzidia. Seu nome vem por corrupção  de guira – pássaro, e una, abreviação de pixuna (espécie de pequeno camundongo selvagem).
talhe: porte ou configuração física.
jati: pequena abelha, também conhecida como abelha-mosquito e jataí,  produz um mel apreciado, porém escasso.
baunilha: planta da família das orquidáceas e de flores verde-amareladas.
recendia: recender -  exalar, trescalar.
Ipu: certa qualidade de terra muito fértil, que forma grandes coroas ou ilhas  no meio dos tabuleiros e sertões, e é de preferência procurada para a cultura. Daí se deriva o nome dessa comarca da província. Segundo Silveira Bueno, Ipu provém do Tupi y-pu, que significa água que surge, que borbulha, ou seja, fonte, bica. Ipu é um município localizado no noroeste cearense, distante 257km de Fortaleza.
tabajara: senhor das aldeias, de taba – aldeia, e jara – senhor. Essa nação dominava o interior da província, especialmente a Serra da Ibiapaba(também conhecida como Serra Grande, Chapada da Ibiapaba e Cuesta da Ibiapaba, é uma região montanhosa que se localiza nas divisas dos estados de Ceará e Piauí).
oiticica: árvore frondosa(de muitos ramos e folhas), apreciada pela deliciosa frescura que derrama sua sombra.
esparziam: esparzir = espargir – espalhar.
ameigavam: ameigar = tornar meigo, terno, afetuoso.
aljôfar: pérola muito miúda; gotas.
roreja: rorejar – molhar com pequenas gotas, à maneira do orvalho.
mangaba: fruto da mangueira, baga do tamanho de um limão, carnuda e doce.
corou: corar – tornar-se rosada.
gará: ave paludial(que vive em palude/pântano) muito conhecida pelo nome de guará e de cor vermelha.
concerta: concertar – harmonizar, ensaiar.
agreste: selvagem, silvestre(das selvas).
ará: periquito. Arára é a espécie maior do gênero, porque os indígenas repetem a última sílaba da palavra.
uru: cesto com  alça, feito da palha da carnaúba, para serem guardados objetos de maior apreço e estimação.
matizada: de cores diversas.
crautá: bromélia vulgar, de que se tiram fibras tão ou mais finas que as do linho.
juçara: palmeira de grandes espinhos, dos quais se servem ainda hoje para dividir os fios da renda.
ignotas: desconhecidas, ignoradas.
lesta: ágil, ligeira.
uiraçaba: flecha.
compassiva: que revela compaixão.
quebrar a flecha: maneira simbólica de se estabelecer a paz.

III

juazeiro: árvore alta e copada(bojuda).
carmeava: carmear – desfazer os nós.
frocos: felpas de lã ou de seda.
cavos: com cavidade; fundos; côncavo.
lobrigou: lobrigar – ver a custo; ver ao longe.
cuidou: cuidar – imaginar, pensar; cogitar.
plaga: região, país.
Mearim: rio que banha o estado do Maranhão.
mancebo: rapaz.
igaçaba: pote de barro, ger. de boca larga, para água e outros líquidos, ou para guardar farinha e outros gêneros; quiçaba.
vieste: saudação usual  da hospitalidade.
Jaguaribe: maior rio da província. Significa grande quantidade de onças(jaguar-onça + iba-abundância).
pitiguaras: índios que habitavam desde o rio Parnaíba até o Rio Grande do Norte. O nome significa senhores dos vales.
Apodi:  rio do  Rio Grande do Norte.
Acaracu: acará= garça + co= toca, ninho + y=água. Rio do ninho das garças.
mau espírito da floresta: caa-pora = caipora.
cauã: acauã – ave falconiforme, de coloração pardacenta.

IV

maracá: chocalho.
jurema: árvore de tamanho médio, dando um fruto amargo do qual juntamente com as folhas e outros ingredientes resultava em uma bebida que tinha o efeito do haxixe.
quebro: inflexão de voz; modulação.
tripúdio: dança religiosa.
Irapuã: nome também dado a uma abelha violenta e brava. Ira – mel e apuã –redondo. Por corrupção reduziu-se o nome para arapuã. Irapuã foi encarniçado(feroz, sanguinário) inimigo dos portugueses e amigo dos franceses.
estrela morta: estrela polar, por causa da sua imobilidade; orientavam-se por ela os selvagens durante a noite.
transmontou: transmontar – transpor; passar além.
boicininga: cobra cascavel – bóia(cobra) + cininga(chocalho).
oitibó: noitibó/bacurau – ave noturna, espécie de coruja.
beijoim: benjoim – bálsamo aromático, amarelo, extraído do estoraque(arbusto ornamental, de origem asiática).
mavioso: harmonioso, suave.

V

escarlate: da cor vermelha muito viva e rutilante.
conjurando: conjurar – afastar; exorcisar.
espíritos das trevas: chamados de curupiras – meninos maus.
furtivamente: disfarçadamente, dissimuladamente.
boré: buré – flauta de bambu.
ocara: praça circular que fica no centro da taba. Oca – casa + ara – que tem.
manam: manar – dar origem; verter.
maniva: mandioca.
potiguara: comedor de camarão – poti e uara. Nome dado pelos tabajaras davam aos pitiguaras, que habitavam as praias e viviam da pesca.
emboabas: apelido dado pelos bandeirantes aos forasteiros portugueses e brasileiros de outras origens que entravam no sertão à  busca de ouro e pedras preciosas.
brande: brandir – erguer; agitar.
rúbico: rúbido – vermelho, afogueado.
nambu: inhambu – da família dos macucos, codornas e perdizes.
troa: estrondear, retumbar.
retroar: troar muito e demoradamente.
pocema: grande alarido; clamor das mãos, porque os selvagens acompanham o vozear com o bater das palmas e das armas.
Andira: morcego; é em alusão a seu nome que Irapuã dirige logo palavras de desprezo ao velho guerreiro.
sanha: ira, fúria, rancor.
núncio: anunciador, mensageiro; precursor.
cauim: bebida preparada com a mandioca cozida e fermentada.
decrépito: muito idoso, enfraquecido e desgastado fisicamente.
ranger: produzir ruído.
membi: flauta indígena, feita da tíbia dos animais ou dos inimigos.
ribombo: estrondo.

VI

aracati: brisa do mar que sopra ao cair da tarde.
erriça: erriçar; eriçar – fazer erguer, arrepiar.
coma: copa de árvore; franças.
carpe: carpir – sussurar, murmurar.
trépida: assustada, trêmula de susto.
anela: anelar – ansiar, almejar.
opresso: oprimido.
brando: meigo, manso.
presságio: indício de uma acontecimento futuro.
falda: sopé; abas da montanha.
basto: denso, cerrado; numeroso, copioso.
ádito: recanto secreto.
lastravam: lastrar – espalhar-se.
recôndito: oculto, escondido.
viso: cume do monte.
perpassar: passar ao longo.
crebro:  repetido, frequente.
arrufa: arrufar – arrepiar.
ósculo: beijo.
nenúfar: vitória-régia. 
travou do arco: pegar.



GLOSSÁRIO DE IRACEMA -  PARTE II

VII

coava: coar – penetrar pouco a pouco; insinuar-se; passar através.
auras:  brisa, aragem, sopro;  vento brando.
aflavam: aflar – soprar, bafejar; soprar.
crepitava: crepitar – estalar ao modo da madeira arder, ou o sal que se deita ao fogo.
Anhanga: nome dado pelos indígenas ao espírito do mal. Anho – só, e anga – alma. Espírito só,  privado do corpo, fantasma.
turbou: turbar – inquietar, desassossegar.
cáustico: que queima, cauteriza ou carboniza os tecidos orgânicos.
eufórbia: planta da família das euforbiáceas, como o bico-de-papagaio e a coroa-de- cristo, sendo usada para usos medicinais(asma, angina e outras doenças respiratórias) ou ornamentais.
torpe: infame, vil, abjeto; asqueroso, ascoso.
goaná: guananá( guá + anã = dedos ligados), uananá, goaná, goanhá ou guanhá – pato domesticável.
sanha: ira, ódio, rancor, fúria.
inúbia: tipo de trombeta de guerra dos índios, feita de dois pedaços ocos de maçaranduba, unidos entre si com cipó. Membitarará. Travando da inúbia: empunhando, lançando mão.

VIII

crestou: crestar – queimar de leve, à superfície; tostar.
rorejam: deitar gota a gota, destilar.
espato: mineral carbonático(carbono) de clivagem(fragmentação) muito fácil.
ciciam: ciciar – rumorejar em cicio(rumor brando , como o da viração nos ramos das árvores).
lânguida: sem forças; ser energia, frouxa, fraca, abatida.
pâmpano: ramo tenro, sarmento(flexível).
camucim: grande talha de barro em que os indígenas inumavam(sepultavam,; enterravam) os cadáveres.
andiroba: árvore cuja semente dá se extrai um azeite amargo(purgativo).
cabelos do sol: cabelos louros.
açucena: lírio, lírio-branco, copo-de-leite.
reboa: reboar – fazer eco, retumbar, repercutir.
aprisco: covil, toca; redil(curral de ovelhas).

IX

bonança: bom tempo no mar, tempo favorável à navegação; fig. sossego, tranquilidade, serenidade.
decrépito: muito idoso, ou muito enfraquecido e desgastado fisicamente.
fumo: produto gasoso que se desprende dos corpos em combustão; fumaça.
sapé: planta da família das gramíneas, de que se usam caules secos  para cobrir casas.
cocoruto: o ponto mais elevado de uma coisa; crista, grimpa.
moquém: grelha de varas para assar ou secar a carne ou peixe. Os índios conservavam a caça assada para não apodrecer.
senhor do caminho: py - caminho e guara –senhor : guia.
transmontando: transmontar – passar por cima, transpor; desaparecer.
odia vai ficar triste: sombra da tarde, crepúsculo.
Jurupari: juru – boca, e apara – torto, alijado : o boca torta = demônio.
ubaia: pitangueira.
endecha: canção melancólica; poesia fúnebre, muito triste.
ardores: ardor - calor intenso; ardentia.
estio: o verão.
transudam: transudar -  verter; transpirar.
escarpa: ladeira íngreme.
esto: ondulação ruidosa, agitação, ruído.
franja: franjar – guarnecer, enfeitar.
tristura: tristeza.
fogo-fátuo: luz que aparece à noite, geralmente emanada de terrenos pantanosos ou de sepulturas, e que é atribuída à combustão de gases provenientes da decomposição de matérias orgânicas.
tabuleiro: planalto pouco elevado, em geral arenoso e de vegetação rasteira.

X

rudo: rude – áspero, escabroso.
alfajôres (das lágrimasa palavra correta: aljôfares – pequenas pérolas. No sentido figurado: lágrimas de mulher bela.
estrugia: estrugir – vibrar fortemente, estrondear.
fremente: vibrante; agitado; violento.
urutau: ave noturna.
remontou: remontar – subir muito alto.
umbria: lugar sombrio.
viso: cume do monte ou outeiro.
eminências: elevações, relevos, alturas.
surdina: surdinar – abrandar, atenuar.
merencória: melancólica.
crebos: frequentes, amiudados, repetido.
estrídulo:  que se caracteriza pelo som agudo, ruidoso, penetrante.
inhuma: ave noturna, que canta regularmente à meia-noite.
sapopema: grande raiz tubular que cerca a base do tronco de muitas árvores da floresta pluvial.
fendiam: fender – fazer estremecer.
debalde: inutilmente, em vão; embalde.
inúbia: trombeta de guerra.
búzio: concha utilizada como instrumento de sopro.

XI

caiçara: estacada de proteção, à volta das tabas ou aldeias indígenas.
frêmito: rumor surdo e áspero; vibração.
guará: cão selvagem, lobo brasileiro.
escápula: escape – saída, fuga, escapulida.
estugava: estugar – apressar, aligeirar(o passo).
sanhudo: sanhoso – que causa medo; temível.
jibóia: cobra de arremesso, por sua maneira de lançar o bote.
sucuri: animal roncador, por ter um ronco assustador.
sanha: ira, fúria.
caninana: cobra que pode subir nas árvores; fig. pessoa de mau gênio, víbora.
enrista: enristar – pôr em riste; erguer-se.
engelhadas: enrugadas, murchas.
esbugalharam: esbugalhar – abrir muito.
afilados: delgados, finos.
mirrada: seca, ressequida, murcha.
reboou: reboar – fazer eco, repercutir.
regougo: ronco, roncadura.
ariranha: onça-d’água; alimenta-se de peixes, que geralmente vai devorar em terra.
ouve seu trovão: rugido da terra; uma astúcia(manha) utilizada pelos pajés e o sacerdotes de toda a nação selvagem para fascinar a imaginação do povo.
antro: cova profunda e escura; caverna, furna, gruta.
enfiou: enfiar – demonstrar susto, medo.
torvo: que causa terror; carrancudo, iracundo, irascível.
com pouco: demorou pouco.
cava: escavação.
ruidava: ruidar – produzir ruído, ; sussurrar, rugir.
cismava: pensar com insistência.
travou do maracá: pegou do pendão de guerra – estandarte.
abati d’água: nome tupi do arroz. Iracema serve-se da imagem do arroz que só se desenvolve no alagado para exprimir sua alegria.
furtou: desviou.
frondes: copas das árvores.


XII

sopesando: sopesar – levantando com a mão.
bateram: percorreram.
ressono: sossego profundo; quietação absoluta.
atiati: gaivota.
Ibiapaba: terra fendida.
cuidou: imaginou.
replicou: replicar – contestar.
anajê: gavião-carijó; pega-pinto.
destra: mão direita.
hirto: teso, retesado, inteiriçado.
inhuma: ave anseriforme, de pés palmados, como os patos, marrecos, cisnes e gansos.


XIII

fragueira: ardente, fogosa, impetuosa.
viveza: vivacidade.
rojavam: rojar – arrastar.
intanha: sapo-boi.
oitibó: noitibó, bacurau – ave noturna.
quedo: que não se move.
vetusta: muito velha, antiquíssima.
borralho: lugar aquecido e confortável.
entretecida: entretecer – tecer, entremeando; entrelaçar.
cauim: bebida fermentada.
trato: intervalo.
estrupido: grande estrondo; tropel(ruído produzido por multidão a andar ou a se agitar).


XIV

copiosas: abundantes.
libações: copos de bebida tomados por prazer; libar – beber, sorver.
aplaca: aplacar – moderar; serenar.
tripudiam: tripudiar – saltar ou dançar batendo com os pés.
ubiratã: árvore pau-ferro.
maracajá: gato selvagem.
caititus: porco-do-mato.
jaguar: felídeo – onça.
anajê: gavião.
medonho: que causa medo, assustador.
alarido: clamor de vozes; gritaria, algazarra.
arrebatam: arrebatar – tirar com violência ou força.
 concitado: concitar – incitar à desordem, ao tumulto; instigar.
 vela: velar – estar de vigia, de guarda, de sentinela.
reboando: reboar – fazer eco; repercutir, retumbar.
crasta: galeria.
acauã: ave falconiforme, inimiga das cobras.

XV

expirou: expirar – respirar.
castos: inocentes, puros.
langue: lânguida – sem energia, sem forças; debilitada.
punho: corda tecida em forma de elo(argola), a qual segura a rede  nos ganchos ou armadores.
fúlgidos: fulgentes – brilhante, cintilante.
saí:  saíra – pássaro.
lascivo: sensual, libidinoso.
talhe: feitio ou feição do corpo.
ádito: acesso, aproximação.
himeneu: casamento, matrimônio.
presságio: indício de um acontecimento futuro.
brasido: braseiro.
faúlhas: fagulhas(chispa, centelha).
embalde: debalde – em vão, inutilmente.
malgrado: desprazer.
atribulado: aflito, angustiado.
submisso: dócil.
pungiu: pungir – afligir, torturar, atormentar.
à cintura da virgem: atrelado, preso.
torna: tornar – retornar.
carioba: camisa.
libou: libar – beber, sorver, tragar, delibar.
viçava: viçar – desenvolver-se, alastrar-se; brotar.
opressa: oprimida.
suspirosa: lamentosa.
tépido: morno; que tem pouco calor.
pejo: pudor; acanhamento, timidez.
arrebóis: arrebol – vermelhidão do nascer ou do pôr-do-sol.
rutilava: rutilar – fazer brilhar muito; fazer resplandecer.
fruído: desfrutado, gozado.
alva: o primeiro alvor da manhã; anteaurora.
pocema: grito de guerra.
espanejava: espanejar – desenvolver-se, desabrochar.


XVI

alvo: branco, claro.
Jaci: a lua.
folgam: folgar – alegrar-se.
discorrem: discorrer – correr para diversos lados ou diferentes partes.
fogos da alegria: grande cópia(abundância) de fachos(archotes, candeios).
extático: posto em êxtase, absorto, enlevado.
piracém: iguaria feita de peixe seco em pó.
desdém: desprezo com orgulho; com altivez.
de encontro: contra.
traspassar: atravessar, penetrar.
bucã: espécie de grelha para assar a caça.
sebe: cerca de arbustos, ramos, estacas ou ripas entrelaçadas, para vedar terrenos.
falda: sopé; abas da montanha.
flanco: cada uma das duas regiões abdominais laterais, direita e esquerda, que se situam, em altura, sob cada hipocôndrio(cada uma de duas regiões abdominais superiores e laterais, direita e esquerda).


XVII

velando-se: velar: cobrir-se
grêmio: seio, regaço(zona interna e côncava  que vai das pernas ao peito de uma pessoa sentada); colo.
cerra: cerrar – fechar, juntar, unir.
turbaram: turbar – transtornar, perturbar.
confrangia: confranger – oprimir, afligir, angustiar.
açulava: açular – incitar, instigar, estimular.
tardo: preguiçoso, vagaroso, lento.
cismava: cismar: andar preocupado; ficar absorto em pensamento.
abaeté: varão forte.
arrufando-se: arrufar – tornar irritado, agastado; irritar.
arpejo: execução rápida  e sucessiva de notas de um acorde, geralmente em instrumento de cordas.
múrmuros: murmúrios – som plangente; lamento, queixa.
coou: coar – introduzir-se.
zabelê: jaó – ave
lufos: sopros.
tapir: anta.
arrepiou: arrepiar – desviar do caminho normal.

XVIII

cavernoso: fundo, cavado.
encapelada: agitada, encrespada.
estruge: estrugir – fazer estremecer com estrondo, atroar.
cuandu: porco-espinho.
assanha: assanhar – provocar a sanha, raiva ou fúria de.
colar de guerra: colar que os selvagens faziam dos dentes dos inimigos vencidos; era um  brasão e troféu de valentia.
renhiu-se: renhir – travar contenda ou luta.
clava: pau pesado, mais grosso em uma das extremidades, que se usava como arma; maça.
boicininga: cascavel.
prócero: alto e elevado.
juncados: cobertos.

XIX

marugem: empapado.
Japi: significa nosso pé.
píncaro: cume.
serrania: cordilheira; aglomeração de serras ou montanhas.
adeja: adejar – mover as asas para manter-se em equilíbrio no ar; bater as asas; voar; dar voos curtos e repetidos sem direção certa.
errara: errar – percorrer; caminhar em várias direções.

XX

sóis:  dias, ou dias de existência.
sobejavam: sobejar – sobrar; ser por demais.
tintas:  com vestígios.
ata: fruta do conde(nona).
Meruoca: de meru – mosca, e oca - casa. Serra junto de Sobral, fértil em mantimentos.
Uruburetama: pátria ou ninho de urubus; serra bastante alta.
Mundaú: mundé – cilada, e hu – rio. Rio muito tortuoso que nasce na serra de Uruburetama.
perlongando: perlongar – ir ao longo, costear.
Potengi: rio que rega a cidade de Natal.
camoropim: peixe robalo.
moquém: grelha.

XXI 

uraçá: uracaçu -  ave passeriforme  - gralhão.
Piroquara: pira – peixe, e coara – toca.
Soipé: País da caça. De sôo – caça, e ipé – lugar onde. Rio Siupê em São Gonçalo do Amarante-CE.
Rio Taíba: São Gonçalo do Amarante-CE
Cauípe: de cauim – vinho de caju, e ipe – lugar onde.
Rio,  que forma um braço do mar:  Rio Parnaíba – pará – mar, nhanbe – correr, e hyba – braço.
Mocoripe: morro de areia – Mucuripe.
igaras: espécie de canoa leve e rasa, escavada em um único tronco de árvore; p. ext. qualquer embarcação.
Mearim: rio localizado em Bacabal, estado do Maranhão.
jaçanã: ave caradriiforme – narcejas, gaivotas, trinta-réis, batuíras.
mimosas: delicadas.
tapuias: nome dado aos franceses pelos pitiguaras para diferenciá-los dos tupinambás. Tapuia  significa barbado, inimigo.
mairi: mair – estrangeiro – nome dado aos povoados dos brancos em oposição às tabas dos índios.
esteios: partes acessórias das plantas.
fasquias: ripas.
copiar: varanda contígua à casa; alpendre.

XXII

Batuireté: narceja ilustre. Apelido que tomara o chefe pitiguara, que na linguagem figurada valia tanto com valente nadador. Avô de Poti e Jatobá.
lagar: ?
suas estrela eram muitas: contavam os indígenas os anos pelo nascimento das Plêiades(grupo de sete estrelas visíveis a olho desarmado, que fazem parte do aglomerado galáctico na constelação do Touro)  o Oriente; e também guardar uma castanha de cada estação de caju, para marcar a idade.
Jatobá: árvore frondosa – abundante em ramos.
bordão: pau grosso de arrimo; cajado, báculo, bastão.
Quixeramubim: exclamação de saudade. Compõe-se  de Qui – ah!, xere – meus, e amôbihê – outros tempos.
caminho das garças: em tupi – Acarape.
Maranguab: marã  - guerrear, e coaub sabedor. Serra de Maranguape, distante 5km de Fortaleza.
Ribeiro de Pirapora: pira – peixe, e pore – salto.
soabriu: soabrir – abrir(se) um pouco, de manso; entreabrir(se).
baço: sem brilho.
gavião branco: Batuireté chama assim o guerreiro branco, ao passo que trata o neto por narceja; ele profetiza nesse paralelo a destruição de sua raça pela raça branca.
abaetê:  homem honrado, de palavra.
taioba: erva de folhas longas.
tuins: ave – periquitinho.
andiroba: árvore de cujas sementes se extrai azeite.


XXIII

discorria: discorrer – vaguear, vagar; correr para diversos lados.
amena: aprazível, agradável.
enrediça: planta cujos ramos são muito emaranhados(misturados).
Jereraú:  rio das marrecas – jererê ou irerê marreca, e hu – água.
Sapiranga: lagoa - Ceça – olhos e piranga – vermelhos.
muritis: buriti – palmeira.
Muritiapuá: muriti e apuá – ilha.
espolpava: espolpar – tirar a polpa.
Aratanha: arara – ave, e tanha – dente.
Guaiúba: goaia – vale, y – água, jur – vir, e be – por onde; por onde vêm as águas do vale.
Pacatuba: de paca e tuba, leito ou couto(refúgio) de pacas.
carioba: pano branco.
maniva: manaíba – aipim ou mandioca.
grimpa: cocuruto, crista; o ponto mais alto.
crajuru: crajiru – planta medicinal arbustiva cujo caule é ramificado desde a base.
refega: refrega – vento tempestuoso e rápido, ou que sopra às lufadas.
A
âmbar: esterco de peixe.

XXIV

anajê: gavião.
majoí: andorinha.
coatiabo: pintado. Coatiá  significa pintar.
araçóia: saiote de penas.
jenipapo: baga fortemente aromática e muito apreciada para licores.

XXV

cotão: lanugem de alguns vegetais.
carbeto: espécie de serão que faziam os índios à noite em uma cabana maior, onde todos se reuniam para conversar.
tapuitinga: nome dado ao branco pelos indígenas.
pérfido: desleal, infiel.
Aquiraz: água logo adiante.

XXVI

aljava: coldre ou estojo.
goiamum: guaiamu – crustáceo decápode que vive em lugares lamaçcentos.
doce:  branda.
alvorou: alvorar – alvorecer.
gazeou: gazear – soltar a voz.
fagueira: satisfeita, contente.
monguba: árvore que dá um fruto cheio de cotão(felpazinha).


XXVII

renhida: sangrenta, cruenta.
pugna: peleja, briga, combate.
pelejou: pelejar – batalhar;  combater, lutar; pugnar.
torvo: que causa terror.
esmaltou-se: esmaltar-se – enfeitar-se, adornar-se.
imbu: fruta semelhante ao cajá(própria para refrescos e sorvetes).
cope: copar – formar copa(ramagem superior) a árvore.
lastram: lastrar – espalhar-se.
ermo: deserto; lugar sem habitantes.
diáfano: transparente.
manava: manar – verter abundantemente.
remordeu: remorder – torturar, afligir; atormentar.

XXVIII

ubaia: uvaia – pequena árvore cujos frutos são bagas piriformes(pera) amarelas de sabor aceitável, conquanto muito ácido.
desfiava:  desfiar - espalhar.
tupinambás: ramo primitivo da raça tupi. Aliaram-se aos franceses após saírem da Bahia e emigrar para o Maranhão.
japim: pássaro de cor de ouro conhecido como sofrê(corrupião).
folha escura: a murta, que os indígenas chamavam capixuna, de caa – rama, folhagem, e pixuna – escuro. Daí vem a figura de que usa Iracema para exprimir a tristeza que ela produz no esposo.

XXIX

enseada dos papagaios:  de jeru – papagaio, cua – várzea, coara – buraco ou seio. Baía de Jericoacoara.
maracatim: grande barco que levava na proa – tim – um maracá(chocalho). Os barcos menores ou canoas chamavam de igara, de ig – água, e jara – senhor; senhora das águas.
pojam: pojar – saltar em terra; desembarcar.
caiçara: forte estaca. De cai – queimado, e desinência çara – coisa que tem ou se faz.
camoropim: peixe da família do robalo.

XXX

Moacir: filho do sofrimento, de moacy – dor, e ira, desinência que significa saído de.
sassafrás: canela-sassafrás.
chupou tua alma: as crianças absorvem uma porção d’alma dos pais.
bagas: gotas.
anuviou-se: anuviar – entristecer-se.
a esmo: se rumo.

XXXI

embebera: embeber – encharcar-se, ensopar-se.
apojava: apojar – encher-se.
carimã: mandioca escorrida.
crestado: crestar – enfraquecer; fazer vacilar.

XXXII

Tauape: lugar de barro amarelo, de tauá e ipé. Fica no caminho de Maranguape.
piau: peixe que deu o nome ao Rio Piauí.
itaoca: casa de pedra, fortaleza.
soabriu: soabrir – entreabrir.
jetica: batata-doce.
manacá: linda flor.
estame: órgão masculino da flor, formado pelo filete que sustenta a antera, na qual, por sua vez, se formam os grãos do pólen.


XXXIII

transudou: transudar – verter,; transvasar.
sagrado lenho: a cruz de Cristo.
medrou: medrar – crescer; desenvolver-se; prosperar.

    
 GLOSSÁRIO DAS CARTAS DE JOSÉ DE ALENCAR EM IRACEMA

I – maio de 1865. Meu amigo.

pitoresco – recreativo, divertido.
dardeja: dardejar – projetar, arremessar.
languem: languir, languescer – debilitar-se, enfraquecer(se).
outão: oitão – espaço lateral da casa.
desenfastiar:  suavizar, amenizar.
desvaneça: desvanecer – fazer passar ou desaparecer; dissipar.
perpassou: perpassar – roçar
espatos:  cinzas.
vivace: vivaz.
múrmuros:  que produz murmúrio, ruído.
crepita:  crepitar – estalar ao modo da madeira a arder.
farfalha: farfalhar – produzir a folhagem ruído sob a ação do vento.
auras: vento brando; brisa, aragem.
conchego: conforto, comodidade.
messe: aquisição, conquista.
metro: medida reguladora da quantidade de pés ou sílabas de um verso.
primícias: primeiros frutos;  primeiros efeitos.

II  -  Agosto,  1865. Dr. Jaguaribe.
lânguido: frouxo, fraco.
garrida: alegre, brilhante, viva.
a esta parte: a este assunto, ponto.
quadra: período, época, tempo; fase.
descrido:  descrente.
cuidava: cuidar – imaginar, pensar.
fugace: fugaz – efêmero.
triaga: teriaga – remédio caseiro; coisa de sabor amargo.
pio: caridoso.
vigílias:  insônia, falta de sono.
canto: grande divisão de longos poemas
susteve-se: suster – conservar, manter; resistir.
autóctones: que é oriundo da terra onde se encontra, sem resultar de imigração ou importação.
lavor: trabalho de caráter artístico, executado com habilidade.
estro: imaginação criadora, inspiração; talento.
espúrios: que não é genuíno; adulterado.
deleitava: deleitar – causar prazer; deliciar.
improbo: improbar – desaprovar,  censurar, reprovar.
escrópulo: unidade  de medida de peso para pedras preciosas.
contuso:  secionado; dividido em seções.
somenos: inferiores.
charra: grosseira.
desfloradas: tirar a pureza; tirar o brilho.
acoimado: censurado; acusado.
cediço: muito velho; sabido de todos.
escoimado: livrado de falhas.


REFERÊNCIAS

ALENCAR, José de. Iracema. Coleção Nossa Literatura Clássica, Editora Komedi, 2008. Campinas- SP.
HOLANDA, Aurélio Buarque de. Dicionário Aurélio. O Dicionário Completo da Língua Portuguesa. 
HOUAISS. Grande Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. 
SCHWAB, Artur. Dicionário de Sinônimos e antônimos da Língua Portuguesa. MEC, 1974.
JUCÁ, Cândido. Dicionário Escolar das Dificuldades da Língua Portuguesa. MEC, 1985, 5a. edição.