"Ora (direis) analisar estrelas!" – é expressão em paródia que coloco para enunciar outra vertente de trabalho intelectual que me atrai além do estudo da literatura. A outra vertente é o estudo sobre gerontologia.
Essa figura pretende representar um todo em processo. A leitura 'pontual' dessa representação pode desconectar as partes e 'desconfigurar' o todo. O modelo de pensamento analítico é o de corte ou cisão. Ao olhar uma reta representativa temos a tendência de entender que no alto ou à esquerda está o início e abaixo ou à direita está o término. Assim seria representado o par causa e efeito: a causa à esquerda e o efeito à direita ou a causa acima e o efeito abaixo.
REFERÊNCIAS
Em
08/3/2014, tive o grato prazer de assistir a aula da Disciplina Gerontologia I, ministrada no curso de Especialização promovido pela
UFSC, subvencionado pelo Ministério da Saúde, a saber: Atenção à Saúde da Pessoa Idosa.
Na referida aula, tive
a oportunidade de analisar a figura de uma estrela que representa o estilo de vida adotado para aperfeiçoar sua qualidade:Essa figura pretende representar um todo em processo. A leitura 'pontual' dessa representação pode desconectar as partes e 'desconfigurar' o todo. O modelo de pensamento analítico é o de corte ou cisão. Ao olhar uma reta representativa temos a tendência de entender que no alto ou à esquerda está o início e abaixo ou à direita está o término. Assim seria representado o par causa e efeito: a causa à esquerda e o efeito à direita ou a causa acima e o efeito abaixo.
Opto por uma leitura em que os 5 aspectos relacionados a um
bom estilo de Qualidade de Vida, na representação da Estrela de 5 pontas,
coloca cada 1 deles apontando para 2 outros. E como trajetória inversa: 2 pontos diferentes marcam o início de 2 retas que se encontram, num terceiro ponto. Pensando em 2 pontos: o primeiro à esquerda da estrela e o segundo ao alto dessa figura teremos 2 exemplos de interseções.
Por exemplo, se tomarmos trabalho
como ponto de saída, teremos como final da primeira linha o conhecimento, e
como final da segunda linha a família. E como trajetória inversa: conhecimento e família apontam para trabalho.
Em outro exemplo, se tomarmos saúde como ponto de
saída, teremos como final da primeira linha a espiritualidade, e como final da
segunda linha a família. E como trajetória inversa: espiritualidade e família apontam para saúde.
Os pontos de partida em espelho (aos olhos ocidentais) são os da direita e abaixo.
Tomemos, na lateral direita, o conhecimento como ponto de partida; ele se dirige em suas duas pontas ao trabalho e à espiritualidade. E como trajetória inversa: espiritualidade e trabalho apontam para conhecimento.
Debaixo à esquerda temos como ponto inicial: a espiritualidade, e como final da primeira linha a saúde, e como final da segunda linha o conhecimento. E como trajetória inversa: conhecimento e saúde apontam para espiritualidade.
Debaixo à direita, temos como ponto de partida a família, e como final da linha à esquerda daquele ponto o trabalho, e como final da linha à direita a saúde. E como trajetória inversa: saúde e trabalho apontam para família.
Essas interseções triangulares que caminham em sentido 'ida e volta' (conforme descrito) são oportunas para o estágio de problematização na análise da realidade local. Há de se identificar, numa amostragem ou numa comunidade, as avaliações de cada um dos 5 aspectos em suas diversas interseções angulares. A leitura desses imbricamentos ajudará na compreensão dos determinantes da qualidade de vida dos agrupamentos de indivíduos estudados.
Após a problematização, conta-se com o sonho e a utopia... 'Ouvir estrelas' serve a poetas e a cientistas também. Ajusta-se aos que contam com o aflorar do pensamento intuitivo nos momentos em que projetamos o atendimento de novas demandas da realidade... TRATA-SE DE UMA ANÁLISE IDEOLÓGICA. Vejamos:
O que é. Pauta-se na concepção da realidade social da qual o método de captação é decorrente. O critério da ideologia é seu caráter justificador de posições sociais vantajosas (encara a realidade como gostaria que ela fosse).
Uma análise de conteúdo deve seguir as seguintes fases:
O que é. Pauta-se na concepção da realidade social da qual o método de captação é decorrente. O critério da ideologia é seu caráter justificador de posições sociais vantajosas (encara a realidade como gostaria que ela fosse).
Características: –
Critérios de qualidade formal não bastam, quando não se coloca problema de
importância para a sociedade.
– Qualidade Política coloca a
questão dos fins, dos conteúdos, da prática histórica.
– Fenômeno Participativo: felicidade,
democracia, identidade cultural, prática cotidiana, cidadania, e todas as
necessidades humanas (se aceitarmos o homem como totalidade, e não arranjo de
pedaços.).
– Discutibilidade: somente pode ser
científico, o que for discutível. (Processo dialético).
– O discurso deve ser inteligível,
lógico, bem sistematizado, competente em termos instrumentais; deve levar ao
aumento do nível de compreensão da realidade.
– As Ciências Sociais devem assomar como
diálogo. Não separam discurso e prática. O estudo de problemas para encontrar
soluções.
Etapas de Realização. Problematização da
realidade. Diálogo: é uma fala contrária entre dois atores que se comunicam e
se confrontam. Estudo de problema. Solução do problema: Construção da
Realidade.
Cuidados na aplicação:
A análise ideológica não pode ser somente um método
de crítica ao objetivismo empirista (crê que se impõe ao objeto), oferecendo o
risco da visão humanista ingênua sobre a experiência vivida e da reivindicação
dos direitos à subjetividade (relativismo subjetivista que inventa a
realidade).
–
Tensão dialética entre teoria e prática: toda prática ‘trai’ a teoria; a teoria
tende a ser absolutizante.
–
Quanto mais fechada for uma teoria, mais imagina explicar.
–
Há tentativas de perenização do status quo e cultivo obsessivo da contestação.
Sociedade é a inquietação na turbina da história.
–
Crítica é a necessidade histórico-cultural de alternativas
–
Utopia; proposta perfeita de descoberta da realidade.
Indicação (Uso):
pesquisa sociológica na qual o conhecimento praxiológico possa ser aplicado. Projetos
promovidos por equipes multidisciplinares e detenham poder de consultar e de
implementar ações conduzidas pelas necessidades coletivas a serem atendidas.
Edna Domenica Merola, tendo por referência Pedro Demo. |
As 'falas' mencionadas no itens 2, assim como a busca das interseções do item 3 do slide supra têm a ver com "A
Análise de Conteúdo [que] é um conjunto de técnicas de análise das comunicações visando
obter, por procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição de conteúdo das
mensagens, indicadores (quantitativos ou não) que permitam a inferência de
conhecimentos relativos às condições de produção/
recepção (variáveis inferidas)
destas mensagens." (BARDIN. 2004).
Uma análise de conteúdo deve seguir as seguintes fases:
BARDIN, 2004 |
BARDIN, 2004 |
BARDIN (2004. P. 80), informa quanto
ao vocabulário do Horóscopo da Revista Elle (em Língua Francesa) que a análise da repetição das
palavras-instrumento teve por parâmetro o Trésor de la Langue Française. E o que deveríamos usar nas pesquisas brasileiras?
DICA IMPORTANTE PARA ANÁLISE DA REPETIÇÃO DAS PALAVRAS-INSTRUMENTO:
Para pesquisas no Brasil, pode-se consultar o
Banco de Português que é um corpus monitor do português do Brasil, atualizado
constantemente. Criado e mantido no âmbito do projeto DIRECT
faz parte dos Bancos de Dados do CEPRIL,
LAEL,
PUC/SP.
Vide:
http://lael.pucsp.br/corpora/ http://www1.folha.uol.com.br/folha/informatica/ult124u21134.shtml;
http://www.linguateca.pt/ACDC/
REFERÊNCIAS
BARDIN, Laurence. Análise de Conteúdo. Lisboa: Edições 70 LDA. 2004.
BOURDIEU, Pierre. Sociologia. São Paulo: Ática. 1994. Cap 2 Esboço de uma Teoria da Prática.
BOURDIEU, Pierre. Sociologia. São Paulo: Ática. 1994. Cap 2 Esboço de uma Teoria da Prática.
DEMO, Pedro. Demarcação Científica. In: Metodologia Científica em Ciências Sociais. 3ª Ed. São Paulo: Atlas, 2009.