Edna |
Em 07/3/2014, tive o grato prazer de assistir a aula da Disciplina Metodologia
Científica, ministrada pela Professora Maria Celina da Silva Crema, enquanto
aluna regularmente matriculada de um curso de Especialização promovido pela
UFSC, subvencionado pelo Ministério da Saúde, a saber: Atenção à Saúde da Pessoa Idosa.
Na
referida aula, tive a oportunidade de lembrar a figura de Madre Teresa de Calcutá falecida em 1997, aos 87 anos de idade. Ela foi
uma missionária católica de etnia albanesa e naturalizada indiana. Foi
beatificada pela Igreja Católica em 2003.
A lembrança dessa heroína dos pobres poderia ter vindo em homenagem ao dia das mulheres, mas deu-se por meio da leitura do texto de Madre Teresa que segue:
Tenha sempre em mente que a
pele enruga,
O cabelo embranquece e os
dias convertem-se em anos...
Mas o que é importante não
muda.
A sua força e convicção não
tem idade.
O seu espírito é como
qualquer teia de aranha.
Atrás de cada linha de
chegada há sempre uma de partida
Atrás de cada conquista, vem
um novo desafio.
Enquanto estiver vivo,
sinta-se vivo...
Se sentir saudades do que fazia, volte a fazer.
Não viva de fotografias amarelecidas...
Continue, quando todos esperam que desista.
Não deixe que enferruje o ferro que existe em você.
Quando não conseguir correr através dos anos, caminhe.
Quando não conseguir caminhar, use uma bengala...
Se sentir saudades do que fazia, volte a fazer.
Não viva de fotografias amarelecidas...
Continue, quando todos esperam que desista.
Não deixe que enferruje o ferro que existe em você.
Quando não conseguir correr através dos anos, caminhe.
Quando não conseguir caminhar, use uma bengala...
Mas nunca se deixe deter...
Durante a aula, lembrou-nos
a professora Celina, que a leitura envolve, além da decodificação e da
compreensão da mensagem, a assumpção de posicionamento crítico acerca do lido,
da mensagem. (LUCKESI, 1985, p. 145).
Em casa, ponderei que me posicionar criticamente diante do sabor estético é extremamente prazeroso. E resolvi descrever como o experimentei.
Em casa, ponderei que me posicionar criticamente diante do sabor estético é extremamente prazeroso. E resolvi descrever como o experimentei.
O
texto é poético: exorta para o despertar de emoções vigorosamente positivas.
No
entanto, seu universo vocabular agrega as expressões negativas tais como: ‘pele
enruga’, ‘cabelo embranquece’, ‘teia de aranha’, ‘linha de chegada’, ‘fotografias
amarelecidas’, ‘esperam que desista’, ‘bengala’.
O
manejo exortativo de Madre Teresa inicia pela conscientização da realidade da
passagem do tempo para o ser humano. Para tal, desenha a velhice e o final da vida.
Prossegue
em seu manejo e nos leva a visualizar uma teia de aranha, mas não do ângulo de
quem deixou um canto de sua casa vazio e sem cuidado e ‘o perdeu’ para um
ser repugnante como uma ‘aranha’.
A
imagem poética construída por Madre Teresa nos mostra a teia como trabalho
incessante da aranha... Trabalho que aparenta finalizar se olharmos as
linhas retas que têm começo e fim... Mas que é constante, ainda
que seja leve e tênue... É provisório em seu sentido renovador, atualizador... Trabalho cujo produto é uma trama circular e inacabada... Uma trama apta a ser reconstruída perenemente.
Assim
vi a construção do trabalho textual de Madre Teresa a que me reporto: tal qual
o de uma aranha que mora sobre o fio que agora tece. E só posso dizer que
textos assim não ficam amarelecidos nos fundos de ‘velhas’ gavetas.
Textos
assim vivem aqui e agora na cumplicidade de seus leitores, em suas leituras ‘circulares’.
aqui agora é o grande segredo para curtir a velhice e fazer traquinagens por pura diversão
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